quarta-feira, 8 de agosto de 2007

A "Independente" pelo "Expresso" ou, Nunca digas desta água não beberei...



"Diz o Expresso que ao longo de duas semanas contactou diversas entidades no sentido de ver respondidas e esclarecidas as seguintes questões:


"(...)1. Quantas inspecções foram feitas à Uni pelos serviços do MCTES? E quais os resultados?


2. Houve anteriores processos desencadeados contra a Universidade Independente? Quantos e porquê?


3. Existem queixas apresentadas contra a Uni junto desse Ministério? Quantas e por quem?


4. Qual é a lista dos docentes relativa ao curso de engenharia civil entre os anos 1994-1997 que foi apresentada ao MCTES de acordo com as obrigações previstas na lei?


5. Que disciplinas eram ministradas por cada um dos docentes?


6. Os serviços do MCTES receberam alguma informação documental sobre a licenciatura do senhor primeiro-ministro? Em caso afirmativo, pode o Expresso ter acesso a ela?(...)"Acrescenta o Expresso que nenhuma entidade aceitou fazer tal esclarecimento. O próprio Gabinete do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, após ter sido contactado no dia 29 de Março, respondeu que não o podia fazer por falta de tempo.Apesar de as perguntas se revelarem pertinentes, tenho receio que a tónica, agora dada pelo Expresso, esteja sobretudo a colocar-se na incapacidade dos serviços controlarem e regularem o sistema. As perguntas parecem desviar a atenção de um eventual ilícito cometido, para uma via perigosa, que é, poder descobrir-se, que tudo não passou de um erro passível de ser assumido por qualquer secretária, técnico estagiário, administrativo, ou até, pelo rapaz da informática. É isso, vão ver que a culpa é, de novo, do rapaz da informática.Há, sobretudo, uma questão que não vejo suficientemente divulgada: o desaparecimento dos documentos originais, vulgo, "livros de termos", onde deverão estar registados os resultados das avaliações de todos os alunos. Este facto sim, deveria merecer de todos os órgãos de comunicação especial atenção. Mas não senhor. Importa mais, saber quem está preso, mostrar o arrombamento da porta do gabinete do reitor, a indignação de um advogado à saída do DIAP.


Ou seja, "o filme".


Mas o que mais me espanta, é descobrir "o interesse do Expresso pelo caso", quando ainda há uma semana, Nicolau Santos, Director-Adjunto deste semanário, muito opinava dizendo que "o 'Público' dá a um assunto onde não tira nenhuma conclusão taxativa, género «Sócrates não é licenciado e comprou o diploma», deixam mossa e dão guarida às insinuações que, com base ou não, proliferam na blogosfera."Ora, o Expresso não parece ter obtido, qualitativamente falando, melhores resultados. Dito de outra forma, não chegou a qualquer conclusão, de sim ou não, e também, não deixou de dar "guarida às insinuações que, com base ou não, proliferam na blogosfera" (a que eu, Punctum, chamaria de informação bem mais avisada, e sobretudo, mais livre).

Continuem, continuem, vão no bom caminho! ...

Um dia, lá chegarão...


Post Scriptum


1. Foi António Balbino Caldeira, Do Portugal Profundo, quem facultou ao Expresso o Dossier Sócrates: ISEC, ISEL, equivalências, Independente, ENSP, engenheiro, domingo, etc.Apesar disso, não houve na edição de hoje, qualquer referência à fonte ou mesmo, indicação do URL.





3. Nova Versão do Currículo de José Sócrates segundo o seu próprio gabinete:- Bacharelato em Engenharia pelo ISEC,- Licenciatura em Engenharia Civil pela Universidade Independente, com frequência também no ISEL,- Pós-graduação com MBA em gestão de empresas pelo ISCTE.







Feliz Dia das Mentiras



"Sabe? Eu gostava de fazer uma festa numa dessas suas narinas, chamavamos-lhe "A Festa do Canudo Independente", cada um trazia o seu cabo-verdiano e dançávamos kizomba, agarradinhos, enquanto um terceiro indivíduo, forrado a velcro, recitava em voz baixinha o manual de análise de estruturas de betão e vigas metálicas III, assim quase num sussurro, enquanto nos afagava a todos as partes baixas; e você, de cravo a rasgar-lhe o sorriso e elevado pelos seus assessorais saltos altos, levitava esvoaçante, espampanante, no holofote que a seguiria a todo o lado, limpando com as costas da mão uma pinga de suor que lhe caia da testa, quiçá do esforço - assim mostrar-se humana! - colocar um pé e o outro, com delicadeza mas vigor, assim como quem espezinha com um sorriso e o aval do espezinhado, o pavimento rectangular acinzentado da discoteca "Liberdade", com a multidão, essencialmente masculina - muito embora alguns membros deixassem algumas dúvidas - a aplaudi-la e a tentar não ser demasiado óbvia ao deixar a saliva escorrer pelos maxilares impecavelmente barbeados.

E você, consciente do poderio das suas curvas, irradiava como uma central de energia solar em Serpa, flirtando por todo o lado, piscando o olho a este, mostrando um glorioso canino ao outro, fazer-se como Galadriel, Senhora da Anilha, "To be Queen, Beautiful and Terrible, and All shall Love me and Dispair!". E eu, tal como estou, só que com menos roupa, arrastava-me atrás do rasto de viscosidade que espalhava pelo "dance floor", sentindo no meu peito um amor profundo, tentando beijar-lhe os tacões dos sapatos e oferecendo uma gaveta de cuecas e meias em troca da posse da minha vida: "Senhora, levai todas as minhas posses e aceitai este escravo, que mais não vos pode dar do que a sua mísera roupa interior". E sim, abriria a boca para que pudesse lá apagar o seu cigarro, e ouviria, demonstrando interesse, as suas histórias dos tempos da residência de estudantes, quando andava na Universidade.Depois, a festa continuava em Caxias: eu, arrastando-me, a senhora, o Arouca, o Verde, o Vara, faríamos um re-run do Prison Break, e você, com os seus dotes de Engenheiria, arquitectava um plano fantástico de cavar um túnel por baixo da sanita, não porque quisesse efectivamente tirar-nos de lá, mas porque era justamente naquela canalização que estavam as suas pautas da Independente e, quem sabe, aquele dildo verde-alface que tinha deixado cair aos 12 anos, e que nunca mais tinha encontrado desde que o Tony o levava de visita às cadeias, depois de parar em Oeiras;Boas recordações partilhávamos então, e não só, claro, tudo isto enquanto estávamos vestidos de coelhos gigantes e dançávamos num strip-pole, de vestido vermelho com debruados na zona do peito e lantejoulas nas pontas, deixando à mostra os pêlos do peito, que volta e meia viria, brincalhona, puxar, causando um trejeito de dor, mais pela surpresa do gesto, que logo passava e se derretia com um seu sorriso pestanejante...Senhora, como nos iríamos divertir!... Chegada ao fim, vencidos pelo cansaço, despedir-nos-íamos então, ainda em ambiente de festa, sem melancolia, com um sorriso, um carinho, um afago, e um doce segredar ao ouvido um do outro: "We'll always have Caxias"... e, ao regressar ao covil de onde saíra, a cada passada lembrar-me do seu sorriso, que guardaria como um sonho, bem distante, e que me aqueceria o coração durante as próximas 50 gerações, enquanto assobiava "Oh it's such a perfect day" do Lou Reed, e tirava restos de cotão do rego...

Ah, ao menos se a vida fosse...!"


By Zlipax

QUE PRODUTIVOS...

"São que nem abelhinhas a trabalhar...
Sabe-se (via jornal "O Público") que a data de conclusão da licenciatura de José Sócrates foi 8 de Setembro de 1996."A data de conclusão de uma licenciatura é a da conclusão da última disciplina dessa licenciatura, portanto, data coincidente com um dia de exame (no qual o examinado, obviamente, foi aprovado). Ora, estranhamente, o dia 8 de Setembro foi Domingo."
(comentário de um leitor do Portugal Profundo)
Confirme aqui a data.
Coitado!... Como o seu aniversário é a 6 de Setembro, dois dias antes do seu último exame, deve-o ter aproveitado para estudar. Se calhar até fez umas directas..."


O MILAGRE DAS EQUIVALÊNCIAS



Leia AQUI, como se faziam as equivalências do Sócrates...

Alice no país das Otas, ou da Confiança Venérea

Quando lançámos aqui a ideia para as "10 Melhores Ideias para pôr estes gajos o mais depressa fora daqui", nós a escumalha literária e intelectual da Aldeia Global, os autores da Blogosfera, nunca pensámos que toda a gente estivesse tão ávida do facto.


O Fantoche de Bilderberg está muito
doente, e eu tenho pena das pessoas doentes: ainda ontem, estava a pensar nele, e escrevi um cartãozinho, a pedir uma consulta urgente, num daqueles S.A.P.s que ele quer fechar. Se se despachar, ainda se cura, mas duvido.


Então, e a notícia, neste vertiginoso mundo, já tem barbas, mas não deixa de ser significativa. Passámos meses, aqui, e em todos os sítios da Blogosfera, onde se pensa, a dizer que o problema do Deficit do Estado não eram as Empregadas de Limpeza, nem as Auxiliares de Segunda Classe, mas a CORJA, que estava instalada, pelo critério da CONFIANÇA VENÉREA, nos Gabinetes.


O Tribunal de Contas, órgão marxista-leninista, com laivos neo-maoístas, portanto... duvidoso (o farmacêutico João Gonçalves ainda não lhe deve ter aberto a entrada na "Wikipédia") veio dizer que os últimos
Três Governos gastaram em Gabinetes, Consultas e Sacos Azuis, o equivalente a 4 Otas, ora, se pensarmos que esses 3 últimos Governos representaram, mais coisa, menos coisa, um miserável período de 5 anos, os chamados "Anos da Tanga", imagine-se quantas Otas não foram construídas em outros períodos, nomeadamente aquele em que o Vacão de Boliqueime governava com 3 Orçamentos.
Portugal está, hoje, coberto de Otas.
Portugal é uma imensa pista de aterragem, mal construída, e onde uns levantam e aterram, e a maioria nunca sai da cepa-torta.
A minha proposta é que se regresse aos métodos tradicionais, e lhe -- Sócrates -- ponham, JÁ, um par de patins: as pistas de aterragem serem foram óptimas para patinar.


Estamos de Parabéns, Portugal volta a funcionar!...



Pronto, alguém que o ama decidiu mesmo começar a investigação, e chapar, no "Público" com as primeiras conclusões.

Vêm aí, os preliminares, queridos!...


Nem vale a pena falar de outro asssunto aqui, nem sequer vou referir a importância do trabalho dos blogues nisso: "Ça va de soi".


Parabéns,
António, parabéns "Braganza Mothers".

Ontem, na Assembleia, já a voz de porcelana lhe tremelicava, do alto dos saltos altos, quando o David do P.S.D. a toureava com a Ota.
Toda a gente sabe que ela é uma "Mulher" à Beira de um Ataque de Ota.
Hoje, dão-lhe um tiro nos Saltos Altos, e põem-lhe em causa aquilo que
é -- para lá da virilidade, suponho, senão não apregoava por toda a parte que namorava com uma mulher, como se isso não fosse uma evidência estatística... -- a Vaidade.
Uma mulher daquelas, no país dos Doutores, tinha de ser licenciada, pelo menos, para ser tratada por "Doutor", "Major", "Mister" -- essa do Mister é das coisas mais carinhosas que eu já ouvi, no Futebol...
Parece que a Licenciatura dela são um punhado de papéis mal enjorcados, e com a fachada calcinada.
Licenciada pelos Manuscritos do Mar Morto.
Mas, para mim, que sou um coração de ouro, já chorei hoje, acreditem, lágrimas sinceras, pelas palavras contidas naquele fax dirigido ao Mestre: "Caro Professor, aqui lhe mando os dois decretos (o de 1995 fundamentalmente) responsáveis pelo meu actual desconsolo."


O que eu chorei hoje, sobretudo 12 anos passados,


Felizmente que para tais "desconsolos" estão as "sex-shops" com as prateleiras cheias de veneráveis calibres.

Favorecimento!?... Nah!... "Home Schooling"




"Sol: Direcção da UnI apresenta amanhã os documentos
Sócrates foi aprovado com trabalho de Inglês feito em casa


Por Graça Rosendo e Felícia Cabrita


José Sócrates terá feito a cadeira de Inglês Técnico ­– uma das cinco que realizou na Universidade Independente para concluir a licenciatura em Engenharia Civil – através de um pequeno trabalho entregue numa folha A4, que fez chegar ao reitor acompanhado de um cartão do seu gabinete de secretário de Estado.

O cartão e a folha A4 foram encontrados no processo do aluno José Sócrates pela nova equipa que está à frente da Universidade Independente.

O SOL apurou que está previsto estes dois documentos serem apresentados durante a anunciada conferência de imprensa da nova direcção, com a indicação de que o dossiê escolar de Sócrates, nesta cadeira, não contém qualquer outro elemento de avaliação.

Um destes documentos é, então, um cartão de José Sócrates (subscrito enquanto secretário de Estado adjunto do ministro do Ambiente e que tem o timbre do seu gabinete), em que este escreveu, pelo seu punho: «Meu caro, como combinado aqui vai o texto para a minha cadeira de Inglês».
Agrafada a este cartão, está uma folha A4, com um pequeno texto em inglês, que corresponderá à resposta a menos de uma dezena de alíneas.
Segundo apurou o SOL, este «trabalho para a cadeira de Inglês» é o único documento escolar de Sócrates desta cadeira e terá servido para concluir a sua avaliação final a Inglês Técnico.

(LOL, realce meu)

Contactado, o gabinete do primeiro-ministro informa que, a haver comentários ao caso, ficarão para depois da conferência de imprensa da UnI.
A conferência de imprensa, que estava marcada para hoje às 18h foi entretanto adiada para amanhã, quarta-feira.
Ontem, a direcção da UnI prometeu revelações importantes na investigação empreendida pela Universidade ao processo do aluno José Sócrates.




Veja tudo, AQUI"



By Zlipax

The Very Last Hours of "Independente"



Olhando para o meu "Burberry", faltam exactamente 22 horas e 5 minutos para a Universidade Independente fechar as suas portas.

Escrevo, pois, aqui, com a dor de um condenado do Corredor da Morte.


Como Poeta, é verdade que gostaria de saber o último desejo dessa gloriosa instituição.


Talvez, como Saddam Hussein, berrasse, "Go to Hell!...", talvez, romanticamente desejasse nunca ter nascido; talvez, estoicamente, como o Lino, das Obras Feitas, acreditasse num milagre do Último Segundo; talvez, pragmática, gostasse, depois de cremada e transformada num cenotáfio, ter, como lápide, as suas notas mais gloriosas, quais Tábuas da Lei, e falo aqui das classificações das Cadeiras nela honrosamente cursadas por José Sócrates: tudo altas notas, e a altas velocidades, como aquele T.G.V. Francês, que, mais uma vez nos veio relembrar a perpétua Cauda da Europa em que permanecemos.
Ao pé do monumento, cada qual, entre intermináveis lágrimas e flores na mão, por lá passarão os que por lá deambularam, entre Docentes e Acelerados,
"Armando Vara, também socialista, que lá concluiu o Curso de Relações Internacionais, três dias antes de ser nomeado para a Administração da Caixa Geral de Depósitos. Pelo Centro de Estudos de Televisão, dirigido por Emídio Rangel, nomes como José Alberto Carvalho, Ana Sousa Dias, Catarina Furtado, Margarida Marante, Júlia Pinheiro, Teresa Guilherme, Manuel Luís Goucha e Baptista-Bastos. A modelo Bárbara Elias, a ex-miss Portugal Fernanda Silva e o cantor Axel, que também passaram pelas cadeiras da UnI, como estudantes do curso de Ciências da Comunicação. O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Rui Nobre Gonçalves, que lá deu aulas, tal como o assessor do ministro da Saúde, Miguel Vieira. Os nomes de Alberto João Jardim, Joaquim Letria ou Filipe La Féria, que também também estiveram ligados à Universidade Independente, como professores", e obviamente, o demitido Narciso, justamente, quando estava a terminar a SUA Licenciatura...

Olhando para isto, fica-se com uma sensação, sei lá, muito séc. XVIII, muito... Casanova, muito "Hameau de la Reine". Afinal, a "Independente" era uma nobre casa, onde muy nobres gentes iam pôr, e retirar, alguns "Grains de Beauté", para que os seus gentis fácies melhor corressem no enorme Palco das Vaidades do tempo presente.


(Há uma segunda série, a dos P.A.L.O.P.s, mas o pudor leva-me a ignorá-la, pois prefiro os perfumes da Lamballe e da Polignac às Catingas do Bié...)


Por último, uma palavra de carinho para Fernanda Câncio, que, ao contrário dos outros, que queriam acelerar habilitações e percursos de vida, luta, desesperadamente, para que não apaguem a sua entrada na
"Wikipédia". Acho injusto, para uma mulher de vida tão vasta e rica, que os seus longos pergaminhos possam ser delidos em 6 dias.

Para todos efeitos, sempre é matéria de sorte: ao contrário da "Independente", a Lógica do Corredor da Morte deu-lhe uma folga de mais 6 dias.


É só saber vivê-los, moça!...

Imagens para um tempo de angústia

"Post" para um tempo de angústia: de aqui a 4 horas, é desligada a tubagem que mantém em coma profundo a Universidade "Independente".
"Tomai e comei: estas são as minhas habilitações, este o grupelho que (ainda) me protege."

Linfoma a escrota, ou de como não aplicar uma quantitésimalidade, não arrendondada, a dados históricos e sociológicos da "Boca do Lixo" da Europa

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O Problema de Bilderberg



"Na entrevista que deu à RTP, José Sócrates esgotou o seu tempo de antena para passar borras de carvão sobre a nódoa que manchava o seu passado académico. À época de Piero della Francesca, o stunt que Sócrates orquestrou (ou que alguém orquestrou por ele) era aquilo a que se chamava uma espécie de sfumatto, e que eu às vezes uso nos desenhos que faço a carvão: para causar um efeito "embelezador" num traço sem sentido, mal feito ou demasiado carregado, passa-se o dedo por cima, para borrar a pintura. O resultado é uma coisa bem mais homogénea, mais suave e que se parece com qualquer coisa intencional, mas que nem por isso é. Um traço que parece ganhar nitidez quando visto ao longe, mas que, analisado minuciosamente, revela ainda as marcas que a primeira passagem do lápis deixa no papel, denunciadora da sua má qualidade técnica.Prosseguindo a analogia, o governo de José Sócrates tem sido, como a entrevista que deu à RTP, um gigantesco sfumatto governamental: as coisas começam por parecer um mau traço, carregado e bem nítido, que depois se esbate, esfuma-se com a passagem de um ou dois (ou três) assessorais dedos por cima, transformando-se em algo belo e mais ou menos harmonioso, entre uma utopia e um suspiro de alívio, mas só e apenas para quem prefere olhar de longe - haja alguém que decida aproximar o olhar da pintura, facilmente nota a marca grosseira deixada no papel causada pelo tal primeiro traço, demasiado carregado, a mesma que às vezes vem em forma de indicativo 21, outras, em forma de retoma económica. É impossível disfarçar um mau artista com muito sfumatto. O resultado é um borrão, grotesco e inconcebível. Quando a pintura chega àquele ponto em que, depois de tanto esbater de contornos, fica irremediavelmente borrada, como parece ser o caso, restam apenas duas hipóteses: ou se tenta uma boa borracha, ou rasga-se tudo e começa-se a desenhar numa nova folha.Parecendo óbvio que, neste caso em concreto, a pintura borrou de mais, a crise parece não servir ninguém. A hipótese rasgar (o actual modelo de corrupção política) é extremamente inconveniente; seria preferível uma borracha eficiente - na forma de figura-hipótese-alternativa proveniente do partido rotativista - mas não houve ainda tempo, nem vontade - e não a haveria ainda, não fosse o imprevisto do ataque blogosférico - para uma tal figura se afirmar, o que de resto só viria a acontecer quando Sócrates perdesse o seu estatuto faraónico. Neste momento, a borracha que existe é uma solução de recurso que servia a sua função quando Sócrates borrava à vontade, mas que de momento simplesmente não serve: é de uma pequenez impraticável, a adicionar à sua extrema má-qualidade. É justamente este o problema de Bilderberg, única razão pela manutenção da cabeça de Sócrates sobre os seus ombros. Se deixarem cair o seu boneco agora, que outro pôr em seu lugar? Manter a situação tal como está torna-se, cada vez mais, num incómodo inaceitável, que aumenta a cada "remedianço" de "lapsos" e "incompetências" sucessivas. A ausência de figuras pré-carimbadas por Bilderberg cria um panorama que deixa as estruturas partidárias (diga-se que também por culpa própria) numa fragilidade terrível. Neste momento, Bilderberg lida com a surpresa, mas já deve estar a fazer preparativos para o sucessor. Pessoalmente, adorava incomodar ainda mais a agenda dos senhores, e ver surgir uma figura imprevista e não carimbada na política nacional. Existe por aí alguém com um canudo verdadeiro? Não seria preciso, mas já era um bom começo..."


By Zlipax

Hoje jantei com os lindos olhos de Mariano Gago e discutimos o fim da "Independente"



Mariano Gago convidou-me hoje, para o nosso tradicional Jantar de Páscoa. Amanhã é tolerância de ponto na Função Pública, e sei quanto lhe vai custar, entrar pelo Palácio das Laranjeiras dentro, aquele som do "tac", "tac", "tac" no soalho envelhecido, nem um porteiro para o receber, nem um assessor, nem uma secretária, ele, sozinho, com o fundo garrafal dos seus óculos, a sentar-se, numa semi-penumbra, para assinar o epitáfio da Universidade "Independente".
Deus quis, a
Ferreira Leite sonhou, o Cavaco anuiu, os diamantes de Angola pagaram, e o Gago enterrou.


Hoje, não me apetecia nada aquela treta do Pâté de Andorinha, mas ele adora, diz sempre que não é uma andorinha que traz a Primavera, aliás, citando Aristóteles, e que não vai ser o encerramento de uma Privada que arrastará o encerramento de todas. Aí, eu, que até nem sei assobiar, comecei a assobiar para o ar um tema muito antigo, do tempo do meu pai, "A Mula da Cooperativa, ai, a Mula da Cooperativa, ai, deu três coices, etc...", e depois fiquei muito corado, porque o restaurante estava cheio de Assessores, todos licenciados nas Privadas, alguns já Mestres, e bastantes quase Doutores, médias altas e a ganharem tanto como eu, enfim, gente de bem, e eu a dar ali escândalo...
Enquanto acabávamos o "João Pires" -- 2ª Garrafa -- ele olhou discretamente para o relógio,
e eu, está quase, não é?...,
e ele,
... pois...

Era a fatídica Quinta-Feira Santa da decisão, que se aproximava, com o rodar daqueles ponteiros caros, na direcção da Meia-Noite.

Então, "Suddenly First Sound", a Cúpula de Santa Engrácia começou a dar as 12 badaladas, e, de cada vez que uma soava, os seus lindos olhos contemplavam os meus, pobre olhos de tísico, acho que, "ambos os dois" a ver quem se transformava primeiro em abóbora...
Confesso -- mas deve ser freudiano -- sempre considerei Mariano Gago o Sapo Encantado da minha vida, os óculos, a mente maquiavélica, conselheira de Maria de Lurdes Rodrigues, o magnífico clavicórdio que tem por detrás dos lábios grossos, e, à medida que o dia seguinte começava, mais sentia eu aquela pulsão, aquela afinidade electiva que me dizia que estava, perante mim, o homem involuntário que ia abrir a Boceta de Pandora do Fim do Socratismo.
Estávamos nós nisto, no ver que não ver quem se transformava primeiro em abóbora, toca-lhe o Nokia, e ele, pálido, a ouvir uns gritos estridentes, andróginos, do outro lado, nos quais, imediatamente, apesar de ser surdo como Beethoven, reconheci o timbre cuidado da voz do nosso futuro ex-Primeiro-Ministro.
Era Sócrates, a cantar-lhe a "Marselhesa" aos ouvidos.
Desligou,
e eu,
e então?...
E aproximei-lhe o Santo Graal da mão,
toma bebe, Judas não está aqui, graças a Deus,
e ele,
Pai por que me abandonaste?...,
e eu,
está, então, tudo consumado?...

Eli, Eli, Sabacthani!...


(Cruzes, canhoto, um toque novo da Vodafone!...)

E chorou, juro-vos, defronte dos meus olhos, choraram os lindos olhos de Mariano Gago.

Até a garganta se me aperta, só de vos escrever isto, juro...

A Boca do Lixo (continuação)

Este blogue anda muito conturbado, e deve ser sinal dos tempos. Hoje, no meu gabinete da Reitoria, um bando de Angolanos insurrectos, todos com média de 15, veio pedir-me batatinhas, a perguntar quando é passavam para os Mestrados, e se ia haver Doutoramentos antes do Outono, e eu, agarrado à poltrona, cheio de fibromialgia, só se me saiu das beiças, "isso fica para qualquer dia", e um deles, "ó, meu, irmão, o camarada Prêsideêntji Josê êduardo dos Santus anda pagando esta Universidade toda, e mais os terrenos da Ota, e você está me dizendo que Doutoramentos é qualquer dia!?... Mas hoje também é qualquer dia, e eu e os meus manos não saímos daqui antes de ter os papèles tôdos assinados!..."

Senti-me uma Linfoma a Escrota, sei lá, uma Maria Elisa Domingues, de aqui a 30 anos, quando o fadinho das dores no corpo já não pegar, e se descobrir que aquilo é psicossomático: é uma elementar alma negra, que tem escaras pelas coxas abaixo, sabe deus filhas de que roços.


Com o tempo, todas se tornam mulheres sérias. Esta, como o Sócrates -- que, brevemente, ela começará a considerar "um homem interessante" -- teve uma carreira diferente: começou por ser considerada "séria", mas a Flecha do Tempo, coitada, nem Prigogine lhe valeu, foi-a entregando à Usura da Fortuna. Hoje, é considerada uma referência do Duvidoso, ou seja, mais um traço de carácter, como as escaras nas coxas, que a aproximam de Sócrates.
Não sei onde terá feito o Curso. A maior parte dos cursos deste país foram feitos na Boca do Lixo, em francês, "Les Hautes Écoles de la Bouche de la Poubelle", au Carrefour des Hommes Ratés, Quartier du Marais, em suma Paris XXI.
Gostava de ver o diploma da Bocarra Guimarães, o da Catarada Furtinho, quiçá o do Professor Doutor Catedrático de sucessivos despachos e portarias do "Aventalinho", de Manuel (de dia ) Maria (à noite) Carrilho.
O tom final é mais para o sério: subitamente acordámos para a realidade de que aquilo que poderia ser a Enciclopédia da Aldeia Global, já está completamente polvilhada DELES: na "Wikipédia" também já manda quem mais não pode cá fora.


Esquecem-se de que o Talento vence o Tempo, e a mediocridade... nunca o conseguiu.


Bem hajam.

Este foi todo para o "Portugal Profundo"




A Boca do Lixo (Continuação II)

Eu sei que isto hoje está cheio de mentes badalhocas, desejosas de que eu venha atirar mais lama para cima da Universidade Independente.

Enganam-se: eu sou um cidadão respeitador do Politicamente Correcto, e estou ansiosamente à espera de que essa gloriosa instituição consiga cumprir o prazo dado pelos lindos olhos de Mariano Gago, para repor a sua paz, beleza e harmonia.
Quanto ao Mariano Gago, quando o vi hoje na televisão, reparei que, de facto, tem uns lindos olhos, adornados por óculos de fundo de garrafa, e o problema dele é realmente a boca: a boca de Mariano Gago parece um piano Stneiway, caído por uma escada abaixo, e que depois teve os dentes todos recolados, um para cada lado, como os olhos do Medeiros Ferreira, com o jeitinho que as empregadas da limpeza têm para amontoar as porcelanas Ming, depois de as quebrarem em mil pedaços.


Acontece que estava eu hoje a dar a minha aula de Literatura Comprada, perdão, Comparada II, cadeira que asseguro com a colaboração do meu estimado colega e homem de letras, Francisco José Viegas, e vieram dar-me uns coices na porta, pareciam animais, justamente no momento em que eu explicava o étimo de "Cancioneiro". Toda a gente sabe, excepto os alunos da "Independente", e é por isso que andam lá a estudar, que "Cancioneiro" vem de "Câncio", voz romana que quer dizer "boca cariada que canta", deturpada, por via bárbara e usocapião, em "Canzioneira", que depois deu origem a "Camorra", via das mulheres do Norte, tias, com falar nasalado das Manas Avillez, etc.,
e eles aos coices à porta,
parecia uma aula da Vice-Reitora da "Lusófona" (a próxima...)
e eu isso acho mal.


1) Porque lá dou aulas, como o Mano Rangel, que veio para a RTP-1 defender a causa própria, ao lado do Anjinho Papudo, que levou nos cornos, quando foi repor a legalidade no Campus Universitário da Fátima Felgueiras.


2) Segundo, porque lá meti os papéis, para converter o 6º Ano da Lola Chupa numa licenciatura qualquer -- é difícil escolher um canudo para uma mulher cuja experiência profissional sempre foram canudos e fundações... No fundo, ela é a fossa sanitária do sórdido imaginário do "macho" lisboeta, pelo que acho que deveria ter um Mestrado em Engenharia Sanitária, variante Tubagens Grossas.
Disse-me a senhora da Secretaria -- uma simpatia -- que, na "Independente", como na "Lusófona", como na Universidade do Isaltino -- a "Atlântica", suponho, era só levar os papéis da Quarta-Classe, deixar a fermentar uns tempos, como o Pão de Mafra, e esperar que saísse, já na forma de Licenciatura, Mestrado ou Doutoramento, consoante as posses do aluno. A Lola é mais do género de ser possuída do que ter posses, de maneira que se pensou numa solução tipo Sócrates, escritas acima de 17 e orais a 18, e depois queimar os livros de termos todos, para dar um ar de "Gradus ad Parnassum" ao processo todo.
Desaparecidos em combate, como a "Comédia" de Aristóteles.
Os belos dias de Primavera nada auguram de bom ao Senhor Câncio, acusado de lesbianismo e com a grave suspeita de ter comprado papéis. Em qualquer país civilizado, já lhe tinham posto as malas à porta. No fundo, é o que os blogues, essa lixeira da escrita, esse lugar de tarados masturbadores, de ejaculadores de boatos e de atentados ao bom nome das pessoas, pretende.
Melhor do que os blogues, só aquele "Powerpoint" do Luís Miguel Leite-Pinto, bom técnico e boa cabeça, responsável pela estrutura do "Sheraton", e que, se me der para aí, aqui exemplificarei, na forma de imagens.
Divertido, divertido, era que, já que queimaram os Livros de Termos, a Inspecção-Geral do Ensino Superior enviasse uma cartinha para a Residência Oficial de São Bento, a pedir à "moça" que repetisse Betão Armado I e II, Estruturas Especiais, e as 12 outras cadeiras "hard", que lá foi fazer, com vista à uma reemissão do Canudo.
Até podia ser no Instituto Superior Técnico, para mudar de ares, e "ela" se sentir bastante mais confortável.

As escolhas do Sr. Pinto de Sousa


Ora bem. Com a divulgação da composição do Sr. Pinto de Sousa (eu sei, é uma jardinice, mas i've grown fond of it) sobre reciclagem, daquelas que se fazem no 11º ano, só que disfarçada de inglês técnico, à qual passaremos, a partir de agora, a denominar carinhosamente de "Waste Valorization", porque podemos, o Sr. Pinto de Sousa só tem três opções:

1 - Ou aparece um certificado novo, com uma data posterior a 26 de Agosto e que não coincida com um Domingo;

2 - Ou escolhe licenciar-se a um Domingo (8 de Setembro de 1996);

3 - Ou escolhe licenciar-se com um certificado que tem data prévia à sua prova de avaliação a Inglês Técnico (8 de Agosto), que serve ainda de testemunho ao seu "vínculo laboral", como li algures, à Câmara Municipal da Covilhã - já para não falar da (in)consistência de códigos postais e indicativos telefónicos que não poderiam existir em 1996, ou 7, ou 8, ou 9, mas o que é isso? Diteil's, darlingue, diteil's!

A adicionar ao facto da notícia publicada ali mais abaixo, acerca do "happening" de somente os trabalhos de alunos com média superior a 14 ficarem armazenados na biblioteca da UnI, como privilégio exlusivo para alunos distintos, - e deus!, se Sócrates não é um aluno distinto - suponho que em breve todos possamos satisfazer, finalmente, a nossa curiosidade sobre a brilhante tese de "Projecto e Dissertação" do nosso primeiro ministro, que lhe valeu um distinto 18.

É que o aparecimento de tal trabalho nos arquivos da UnI esbate e deixa claro, sem quaisquer sombras de dúvidas, que a média do primeiro ministro foi superior a 14, como já há muito se sabe - caso contrário, ser-lhe-ia completamente impossível aceder ao MBA no ISCTE, reservado, tal como os mestrados (penso que os MBA's no ISCTE são mestrados, mas chegados a esta altura confesso não saber muito bem o que são), a alunos com média superior a 14.

De resto, as notas elevadíssimas que obteve na UnI, ao mesmo tempo que exercia uma profissão esgotante como imagino que seja o cargo de Secretário de Estado do Ambiente - nunca fui, mas imagino que seja esgotante - provam o seu esforço e o seu génio - e diga-se que o "Waste Valorization" podia ter sido muito mais "valorizated", aliás, ele bem sabia sobre o que estava a escrever, pois se há coisa que nós, portugueses, sabemos fazer, é "waste valorization": não há outro país onde o lixo chegue tão longe...

De resto, creio que foi um acto vil não esperar que o Primeiro Ministro chegasse da sua field trip a Marrocos para divulgar estas informações. Era relevante que se defendesse ali, na hora, para eliminar quaisquer suspeitas de ser o seu gabinete de Comunicação a "fabricar" as explicações... mas pronto, suponho que se o Primeiro Ministro está em Marrocos nesta altura de crise pessoal, será, sem dúvida, em favor da comunidade (cum-municity? também não sei)...



Braganza-Mothers Solidária



Nós, as Mães de Braganza, somos solidárias. Não queremos que a SIDES faça triste figura, logo, às 18:00, na conferência de imprensa: por isso, aqui deixamos alguns conselhos visando a optimização do uso de lixívia na lavagem:

Antes de aplicar lixívia, certifique-se dos símbolos das etiquetas.


Utilize-a apenas em frio e durante uma hora, apenas.


Não utilize recipientes de cobre ou latão.


Nota muito importante: NEM TODOS OS PRODUTOS SÃO BRANQUEÁVEIS. Certifique-se da sua qualidade.



A Conferência de Imprensa




"Já toda a gente percebeu.

Não há ninguém inocente, todos comeram da gamela.

Só uma coisa me surpreende. Como é que ainda não perceberam, que cada vez que falam, estragam uma bela mentira que estava quase a ser verdade."



By Fado Alexandrino

A Dona da Rua




Há uma figura muito do nosso imaginário que é a da "Dona da Rua".

A Dona da Rua é uma gaja acima dos 60, mas a querer sempre aparentar trinta-e-muitos, com um penteado que já só se consegue nas M'dinas do Magreb e em certos cabeleireiros de bairro: oxigenado, platinado, e gloriosamente sustentado por uma lata inteira de laca.


A Dona da Rua tem gosto por tudo o que brilhe: pulseiras vistosas, pedras coloridas, à mistura com uns quantos quilates de ouro. Geralmente, costuma ter mais anéis do que dedos. Veste de leopardo, com o típico bom gosto da Clara Pinto-Correia, e passa mais tempo nas esplanadas com vista para o seu pequeno mundo do que a ler etiquetas de preços de saldo de sapatos de salto extra-alto, embora as frequente muito, elas, etiquetas, e os próprios saltos.
A Dona da Rua é um Gato de Schröndiger: todas as pessoas do bairro sabem que ela subiu na vida a abrir as pernas para um cavalheiro com posses, mas ignoram sempre a data exacta em que as começou a abrir. Em contrapartida, toda a gente conhece o dia certo em que lhe pôs a tampa do caixão por cima, e fez a transferência da pensão para a conta própria.


Eu gosto muito de Donas da Rua. As Donas da Rua têm uma estrutura psíquica muito própria, que é a de, depois de se terem tornado em Donas da Rua, tentarem convencer os restantes vizinhos de que aquilo sempre foi assim. Para as Donas da Rua, como para os povos primitivos, o conceito de História não existe. Não têm Passado, e desconhecem a Escrita, excepto a da assinatura do cheque da conta conjunta com o "seu" defunto. Toda a narrativa da sua vida se inscreve no Discurso Mítico.


Há um axioma da Sociologia que diz que a estrutura psíquica de uma Dona da Rua é diferente da estrutura psíquica de um Licenciado. A Dona da Rua acredita mais em deitar cartas do que em Relatórios da O.C.D.E.; é mais opiniosa do Coração do que certificadora de raciocínios através da Álgebra de Boole; prefere a Raiva, o Rancor, a Inveja, a Vingança a qualquer das linhas da Declaração Universal dos Direitos do Homem; a Dona da Rua sabe, e pratica -- e é a única prática intuitiva, embora empírica, que nela se assemelha à Ciência -- que, na Teoria da Comunicação, o peso do Discurso se divide em três parcelas, desiguais, 55% para a Expressão Facial, 38% para o Tom de Voz, e só 7% para o conteúdo das Palavras: por isso, ela faz tantas boquinhas na esplanada, ao colocar a camada de batôn, dos dez em dez minutos, os esgares; por isso, ela fala sempre num tom de desdém ou de venha-mais-uma-torrada, e só comenta as notícias das intrigas dos varais de pendurar lençóis dos prédios ao lado.
Esta noite, a Televisão do Estado, paga por mim, e por si, contribuinte leitor, perdeu uma hora e meia a entrevistar uma Dona da Rua.


Por estranho que pareça, e para muita boa gente aqui, que me toma por especialista no Sr. Sócrates, a verdade é que eu não sou: nunca consegui estar mais do que 2 minutos a ouvi-lo, e, mesmo assim, entre "zappings", obstinados e abruptos. Hoje, pelo contrário, dei-me ao luxo de lhe dedicar 10 minutos, aliás, 10 minutos, 12 segundos e algumas décimas de segundo, como diria, o Chanato Constâncio, e penso que não foram minutos desperdiçados, porque eu sou um verdadeiro apreciador de Donas da Rua. Mais: acho que elas fazem parte do nosso património genuíno, tal como o Chulo, tirar macacos do nariz, eructar em público, o Uivo do Adepto Futebolístico, ou a Voz timbrada da Peixeira.


Uma coisa falhou em Sócrates, todavia: não esteve à altura da Incompletude, de Gödel, e, portanto, não pode ascender àquela situação em que poderia ser, como no Paradoxo de Richard, simultaneamente Dona da Rua e Licenciado. O terreiro em que se move é muito baixo, e a tômbola acabou por fazê-lo definitivamente cair para o lado de... Dona da Rua.


Para o Sr. Sócrates, de Vilar de Maçada, Alijó, alguém, um dia, terá de vir explicar que uma Licenciatura, como um Mestrado, como um Doutoramento, não são meros papéis com carimbos de autentificação, mas são subtis transformações cognitivas, e da espacialidade do Pensamento, ou seja, meta-estruturas, que obrigam a que a emissão de certos raciocínios, como o decorrer de certas argumentações, obedeçam a uma organização muito específica, que, apesar de indizível, é formalmente identificável. A Dona da Rua, para se convencer, e convencer os outros, prefere repetir muitas vezes a mesma palavra, variando a entoação da voz, e enformando-a numa mesma estrutura narrativa, com variantes apenas comparáveis às "nuances" das raízes do seu cabelo, em vez de encontrar o Silogismo Fatal.


Glória Fácil.


Ora, a cabeça do Sr. Sócrates enferma de não ter sofrido as metamorfoses cognitivas que identificam um licenciado de um não-licenciado, e tudo o resto são papéis, e ele adorou vir expor isso a público, perante uma plateia ávida de escândalo. Mas não houve escândalo, apenas "parole, parole", como cantava a outra, e vazias.


Para mim, que prefiro Donas da Rua a Licenciados, foi um tempo bem gasto. Provou-me que a retórica do caracacá só conseguia despertar esgares de gozo mal-disfarçado nos jornalistas -- parabéns para ambos!... -- e suponho que numa certa parte da Plateia Portuguesa.


O problema central não está nesses esgares de gozo, ou nas gargalhadas da minoria, está, sim, no reconhecimento que a Grande Maioria de um Povo pouco habilitado possa ainda conceder ao Sr. Sócrates, já que ele se lhes assemelha muito ao perfil do gajo-que-deu-o-golpe-do-baú-que-todos-gostariam-de-ter-dado-mas-não-tiveram-a-sorte-dele.


Portugal é um estádio, e o Boneco de Lata de Bilderberg tem a sua claque, suponho que sejam os No Vagina's Boys, mas não posso assegurar, porque sou pouco entendido em Futebol, ao contrário das Donas da Rua, que ADORO.
Até podia acontecer que o natural de Vilar de Maçada não tivesse logrado dar o salto cognitivo do Licenciado, mas houvesse alcançado o Grau Subtil de Habilitado Político, aquele "je ne sais pas quoi", a que nós chamamos o Faro dos Grandes Estadistas. Pobremente, nem uma coisa, nem outra. É um mero provinciano, despido de discurso, vestido de trapelhos enfatizados, e reduzido, pelo nível da suspeita, àquilo que de pior lhe podia acontecer em Portugal, que foi fazerem-lhe entrar a Vaidade directamente no anedotário do Senso Comum. Ao fim, depois de lhe agradecerem, ainda disse "ora essa", expressão que eu já não ouvia, desde os tempos do Sr. Américo, a quem a minha avó comprava queijo picante, e já lá vão "iânos" e muitos "concêlhus", como ele diz.


Amanhã, aliás, já ontem, todos os taxistas, as operadoras de caixa do "Carrefour", os seguranças das bombas de depois-da-meia-noite terão um novo MBA, uma nova Pós-Graduação a acrescentar à Imensa Anedota Sócrates. É a única coisa transfinita em Portugal, o Sarcasmo, e, nisso, ele, país, cultura, modo de estar, é impiedoso.


Costuma dizer-se que quem com ferro mata com ferro morre.
À laia de final, ou de Consolação Menor, quando Bilderberg oscilou entre este Boneco de Lata e o Expansivo Santana, eu sei que teve as suas razões: o Santana, que, apesar de todos os seus defeitos, possui o tal "faro político", sofria de uns "ataques", ou seja, podia dar-lhe para cometer alguma imprevisão, que pusesse em causa o... "programinha" estipulado para Portugal. Em contrapartida, o Merceeiro de Vilar de Maçada assegurava tudo: ser Monótono, Vazio, patologicamente obstinado, Vaidoso, e ter a tal válvula de escape, muito complicada, como tinham os "Harkonnen", de "Dune": um passo em falso, puxavam-lhe o tampão, e o sangue jorrava até ao fim...


Preferiram, pois, uma estrutura mental de bicha típica, subserviente, e a quem se podia desligar o oxigénio, a qualquer momento.


Esqueceram-se de que lhe podiam pregar uma rasteira, no nível rasteiro das rasteiras à portuguesa, e o ruído dos bonecos de lata a cair no chão é uma coisa realmente do "Heavy-Metal", deus meu, até eu, um Estóico, e mesmo com os ouvidos tapados, e já a zarpar para outro canal, fiquei com sincera pena...

Trabalho de Inglês Técnico do Sócrates


(Levas 15 e até podias levar 16, mas...)

By KAOS

Glórias do "We Have Kaos in the Garden"


Grandes Glórias da "Grande Loja do Queijo Limiano"

Fábrica de Engenheiros, não de Diplomas...


O Prato do Dia



Eu hoje vinha aqui, cheio de boas intenções, disposto a falar da "Lulu", de Alban Berg, mas suponho que não valha a pena. A verdade é que o dia é hoje especialmente dedicado ao António e ao "Do Portugal Profundo".

Falando grosso: é Um a Zero, contra a Bacharel dos Sanitários, é Portugal inteiro que ganha.


O pior vem que, ao longo desta tarde, para evitar que o tema tenha sido tratado nos noticiários, o Estado deve ter dispendido uma verdadeira fortuna, em faxes, emails e chamadas de telemóveis. O tema deve ter sido sempre o mesmo: "é melhor não falares nisso, para ver se te mantens nesse lugar, olha que a vida está difícil..."


E está.


Aliás, sempre esteve.


Num dos meus célebres telefonemas para a "Laurinha" Krippel dos Canaviais, e que já devem estar todos armazenados no "Envelope 10", vieram à tona histórias bem mais antigas.


Há um podre cheiro a suspeita de que o Primeiro-Ministro de Portugal tenha dado a volta curta ao Bilhar Grande, para chegar ao Canudo, e dessa já não se safa. Aprumadinho, nos tais fatos ridículos, a pregar decência aos outros, tem uns calcanhares que não desejo a ninguém, mas eu sou uma pessoa de piedade, que seria incapaz de linchar um político em público, sobretudo um ser que tanto se tem dedicado a melhorar o bem-estar físico e psíquico dos seus conterrâneos.


Todavia, há coisas que me chateiam.


Ontem, ao consultar a "Wikipédia", vinha lá, preto no branco, que "La Chose" namorava, desde 2001, com a jornalista Fernanda Câncio.


Hoje, já não está...


Desapareceu, por "causas naturais".


Aqui vai a História: nos Idos de 76 e pelos arranques anuais seguintes, havia um "gang" que vendia licenciaturas em Lisboa: 20 contos, dos antigos, com inclusão em nomes de pauta; 15 contos, só com diploma e nome. O negócio era simples: o Irmão do "Manecas", na Secretaria da defunta Escola Secundária da Cidade Universitária, vendia, por exemplo, os pontos de exame de Medicina, ao balcão, para a rapaziada que queria acabar o Curso. Os ciganos, o restante do material. São médicos que hoje por aí andam, operam e curam. Autênticos milagreiros.


Engenheiros, Doutores, toda uma classe de licenciados que nos governa, domina os bons postos do pequeno rectângulo, e todos vindos de um mesmo canteiro.


Pena as histórias serem antigas: o caso Sócrates é um final de época, uma linha de fundo de um longo percurso curricular de uma sociedade profundamente doente. Acabou a geração que vendia os pontos, a escola foi demolida, o terreiro tornou-se num antro de engate, e exibição, de paneleiras
dementes, abriram as Universidades Privadas, e a Obra fez-se.


E governa hoje, constitucionalmente, Portugal.

Nota de Imprensa do Gabinete do Sr. Primeiro-Ministro

O Senhor Primeiro-Ministro, Engenheiro José Sócrates, considera-se vítima de uma negra campanha urdida pela blogosfera e deixa aos portugueses a pergunta que, a cada hora que passa, se impõe com maior premência: Para quando a insinuação de que José Sócrates é Anal-fabeto?

By Paulo Pedroso


Depressiva

Um Projecto e(?)... de(?)... Dissertação

No seu certificado de Licenciatura da Uni, Sócrates apresenta uma intrigante disciplina: Projecto e Dissertação. A avaliar pelo nome, parece tratar-se de uma disciplina onde o investimento do aluno ao nível da investigação, do tratamento de dados e das respectivas propostas (testadas) de soluções é muito elevado. É de tal forma significativo este trabalho, que há o costume, em qualquer instituição de ensino superior, de o arquivar respectiva na Biblioteca durante, pelo menos, cinco anos. Até aqui, muito bem. Muito bem??? [Pequeno interlúdio biográfico]O meu pai e o meu avô, coitados, o que tiveram de me aguentar desde pequenina... Eram sessões de dezenas de perguntas consecutivas que, ora um, ora outro me iam tentando responder. Até que alguém... - é a vida!!!- me vaticinou um destino, juntando a isso um certo fel maldoso: " És uma curiosa", e, naquela hora - só naquela hora - murchei de tristeza. Afinal, vive-se porque se conhece. A capacidade de regeneração é grande. Punctum contra Punctum sorve mais um pouco de Elixir da Longa Vida preparado por sua avó, e, sorrindo por muitas razões, pergunta: - Qual foi o tema do Projecto e Dissertação de José Sócrates? - Quem foi o seu orientador? - Onde está essa dissertação? - Ninguém sabe... por agora!!!Procura-se, procura-se, e, na página da UnI encontra-se uma referência à disciplina "Projecto de Dissertação" (diferente de Projecto e Dissertação) que, de momento, apresenta a seguinte definição:"A disciplina de Projecto de Dissertação consiste na realização do Estágio de Fim de Curso com a duração de seis meses e tem como componentes principais:1. O desenvolvimento das actividades delineadas num Programa de Estágio;2. A elaboração do Relatório de Estágio;3. A apresentação e defesa daquele Relatório de Estágio."Estágio curricular obrigatório na cadeira de "Projecto de Dissertação"? Mas que estágio? Numa empresa? Privada? Pública? Qual? Quem orientou o estágio? Não é por nada, mas por mais que tente, ainda não consegui imaginar José Sócrates, deputado, ex-secretário de estado-Adjunto do Ministério do Ambiente, a ter de fazer um estagiozito e a ser avaliado, numa empresa mixuruca e reles deste pantanoso lugar.

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